segunda-feira, 9 de abril de 2018

Xangai

Pra começar diferente, vamos conhecer um pouco do palco da terceira etapa da Fórmula-1.

GP da China

Características

Pela concepção arquitetônica e a tecnologia empregada, o Circuito Internacional de Xangai, na Republica Popular da China,  é considerado o circuito do novo milênio. O autódromo ocupa uma área de  53 km quadrados, aproximadamente, no subúrbio de Anting, no distrito de Jiading, a 30 quilômetros do centro da cidade, a 20 quilômetros do aeroporto e cercado por três rodovias de alta velocidade. Dessa área, 2,5 km quadrados são destinados a setores de comércio, agências de viagens e entretenimentos.
O autódromo, desenhado pelo engenheiro alemão Hermann Tilke, o mesmo que projetou os circuitos da Malásia e de Bahrein, tem uma pista de 5.451 metros, com uma grande reta, de 1,175 metros, entre as curvas 13 e 14, que permite chegar a 327 km/h e a uma média de 205 km/h na volta. Devido às curvas lentas ou de média velocidade, o carro deve ter um balanço perfeito, resultado de eficiente pacote aerodinâmico. As curvas rápidas, permitem ultrapassagem, mas que não são fáceis nem para os carros nem para os pilotos. Os engenheiros devem escolher, portanto, um acerto que possibilite altas velocidades, mas baixos níveis de arrasto, sem comprometer a estabilidade nas curvas.
Na reta dos boxes, de alta velocidade, os carros podem chegar a  de 300 km/h. Mas, depois, a pista vai-se estreitando e, na primeira curva,  início de um traçado  no formato de caracol invertido, que vai até a curva 3, a velocidade baixa para até 120 km/h.  Na segunda reta, de 1.175 metros, entre o final da curva 13 e início da 14, a velocidade pode chegar a 326 km/h.
As curvas, com largura entre 13 e 15 metros (a 13 tem 20 metros), têm a forma do caráter chinês shang ( ), que identifica a cidade e significa algo como “para cima”. A pista é a primeira do mundo a ter uma base em poliestireno, material barato e com forte resistência aos impactos e abrasões  e que  foi usado porque a região de Xangai é predominantemente pantanosa.
Rubens Barrichello , vencedor do primeiro GP em Xangai, diz que a combinação de longas retas e curvas de lenta e média velocidade fazem o traçado desafiante. E o complexo que inclui a curva 1 é complicado, com uma combinação de freadas fortes e aceleração lateral. Jenson Button também considera que o traçado, muito técnico, exige muito dos pilotos, mas é divertido correr ali.  “Nas curvas 7, 8 e 9, a Força G é tão alta que você nem pode respirar”, diz ele. Jarno Trulli gosta das instalações  para as equipes e pilotos e comenta que o circuito é especial, com curvas desafiadoras, sendo difícil o acerto ideal para a pista, devido à mistura de retas longas e trechos travados.
 O autódromo pode receber até 200 mil espectadores, 49 mil deles sentados, com visão de 80% da pista, e teve um custo final de 240 milhões de dólares, bancado pelo governo chinês.  Os 26 boxes das equipes têm um balcão de acesso a um jardim na parte de trás e podem ser convertidos em dois quartos de hotel. O estande principal, sobre a pista, tem  duas “asas” de quase 100 metros. Em uma delas está o centro de imprensa, com área de 1.600 metros e 530 assentos. Na outra, há restaurante, cozinha, salas VIP, com balcões de onde os convidados podem ver a pit lane e todo o circuito. Nas extremidades dessas “asas” há duas torres circulares de acesso aos boxes; em uma fica o controle da corrida e na outra escritórios administrativos.

História

A construção do circuito de Xangai e a realização ali de um grande prêmio da Fórmula 1 foi um sonho de Bernnie Ecclestone e Max Mosley que se tornou realidade.
Com financiamento do governo chinês, por intermédio de uma joint-venture formada pelas empresas Shanghai Juishi Corporation, Shanghai National Property Management Co Ltd, e Shanghai Jia’an Investment and Development Co, em 18 meses, um terreno pantanoso foi transformado no mais moderno em todo o mundo e modelo para os futuros circuitos da Fórmula 1. .Para isso, 3.000 pessoas trabalharam contra o relógio, entre outras tarefas, implantando 40.000 pilares de cimento, a fim de dar uma base estável à pista.
A primeira corrida no novo circuito foi disputada no dia 26 de setembro de 2004. O brasileiro Rubens Barrichello, da Ferrari, pole position, largou na primeira posição e venceu, seguido de Jenson Button e Kimi Raikkonen. Michael Schumacher, que rodou na prova de classificação, largou do fim do grid.
No dia 16 de outubro de 2005, Fernando Alonso, já campeão,  teve uma vitória folgada. O terceiro GP da China, no dia 1º de outubro de 2006, foi uma das melhores corridas do ano, com uma empolgante batalha entre Fernando Alonso e Michael Schumacher. Numa pista molhada, Schumacher saiu na sexta posição, enquanto Alonso, favorito absoluto, saia no primeiro lugar do grid. Teimando em não trocar seus pneus intermediários, Alonso perdeu terreno a partir da 30ª volta e acabou chegando três segundos atrás de Schumacher. Foi a última vitória do piloto alemão, antes de abandonar as pistas.
No GP de 2007, no dia 7 de outubro, Lewis Hamilton começou a perder um título de campeão que já parecia certo. Sob chuva leve, o inglês liderou a corrida com oito segundos de vantagem sobre Kimi Raikkonen, antes de fazer seu pit stop, na 16ª volta. Mas um pequeno erro no final da corrida permitiu a Raikkonen vencer, à frente de Fernando Alonso e Felipe Massa.
Como não poderia deixar de acontecer, a corrupção também entrou na pista de Xangai. Em setembro de 2007, o gerente Yu Zhifei, foi preso e provocou a demissão de vários dirigentes do Partido Comunista, por desvio de dinheiro do circuito.
O GP da China de 2008 foi a penúltima prova do ano e Lewis Hamilton, o vencedor livrou uma vantagem de sete pontos sobre o brasileiro Felipe Massa, segundo colocado na classificação do campeonato. Na última prova, no Brasil, se Massa fosse o vencedor e Hamilton não chegasse pelo menos em 5º lugar, seria o campeão. O brasileiro venceu, mas quando já comemorava ao título, Hamilton, que na última curva superou Timo Glock, chegou em 4º e foi o campeão, com um ponto de vantagem (98 a 97).
Em 2009, em pista molhada, o alemão Sebastian Vettel obteve a sua segunda vitória da carreira na Fórmula 1 e a primeira pela Red Bull. Fez dobradinha com o companheiro de equipe Mark Webber, que também conseguiu o melhor resultado da sua carreira. No pódio, houve confusão provocada pela organização, que tocou o hino da Grã Bretanha e não o da Áustria, país onde a Red Bull tem a sua sede.
Em 2010, também debaixo de chuva, Jenson Button foi o vencedor, numa corrida de vários incidentes, mudanças de posições e erros. Lewis Hamilton foi o segundo e fez a dobradinha da McLaren. Hamilton e Sebastian Vettel saíram lado a lado depois de duas paradas nos boxes, mas nas duas o alemão levou vantagem. Fernando Alonso e Felipe Massa, companheiros na Ferrari, quase bateram numa saída dos boxes.
Em 2011, Lewis Hamilton quebrou um longo jejum e interrompeu uma série de vitórias de Sebastian Vettel ao vencer o GP da China de 2011, depois de superado um vazamento de combustível do seu carro, que os mecânicos conseguiram conter já no grid de largada. O inglês só conquistou a liderança ao ultrapassar Sebastian Vettel na 52ª das 56 voltas, mas a partir daí abriu uma vantagem de 5s2 sobre o alemão.
O GP da China de 2012 será, certamente, a corrida inesquecível para Nico Rosberg, da Mercedes. Na terceira corrida da sua temporada, obteve a primeira pole e a primeira vitória da carreira. Rosberg, que já surpreendera na véspera, ao obter o melhor tempo, manteve a liderança durante todo o percurso e chegou com 20s6 de vantagem sobre Jenson Button, da McLaren. Essa foi a primeira vitória da Mercedes, desde o GP da Itália de 1955.
Em 2013, numa prova em que os pneus determinaram as estratégias e praticamente definiram o resultado, o piloto espanhol Fernando Alonso ganhou o GP da China, no circuito de Xangai, no dia 14 de março de 2013. Com pneus feitos para se desgastar logo e provocar paradas nos boxes logo nas primeiras voltas, cada piloto usou uma estratégia diferente. Mas a que realmente funcionou foi a de Alonso. Antes das três paradas, procurou ficar mais tempo na pista do que os adversários, controlando a degradação dos pneus e reduzir a queda de performance. Na largada, Hamilton, o pole position, manteve a ponta, mas Alonso passou por Raikkonen e assumiu a segunda colocação. , enquanto Massa ganhava duas posições e ficava em 3º. Na reta principal, os dois pilotos da Ferrari ultrapassaram Hamilton e assumiram a 1ª e a 2ª colocações. Na 6ª volta, com a primeira parada de Alonso, Massa tomou a ponta, mas depois de uma parada lenta, cedeu a posição a Hulkenberg. Na segunda parada, na volta 20, o brasileiro fez outro pit stop demorado e voltou atrás de Paul di Resta. Hulkenberg ficou à frente até a volta 14, quando foi superado por Button, que por sua vez, na 21ª volta, foi ultrapassado por Alonso. O espanhol manteve-se na liderança até a 24ª volta, quando fez a sua segunda parada e cedeu a primeira posição a Vettel. Na 29ª volta, o espanhol recuperou a posição, permaneceu à frente até a volta 41, e, depois da última parada, na volta 43, com o uso do DRS, passou facilmente por Vettel e dominou a corrida com tranquilidade até o fim. Foi acompanhado no pódio por Kimi Raikkonen, o 2º, e Lewis Hamilton, o 3º.
O GP de 2014 ficou marcado pelo erro do diretor da corrida, que deu a bandeirada final uma volta antes das 56 regulamentares, valendo, portanto, as posições na volta 54. . Lewis Hamilton, pole position, venceu de ponta a aponta, tranquilamente. Nico Rosberg completou a 3ª dobradinha da Mercedes na temporada. Fernando Alonso obteve o primeiro pódio da Ferrari. Foi uma corrida morna, com poucas disputas de posição e raras ultrapassagens. A mais emocionante delas foi a de Nico Rosberg sobre Fernando Alonso, na disputa pelo 2º lugar, na volta 43. Felipe Massa ficou praticamente fora da corrida, logo na volta 11, quando, por lambança dos mecânicos na troca de pneus, perdeu mais de um minuto no pit stop.
Em 2015, a Mercedes se recuperou do fracasso na corrida anterior, em Sepang, e voltou a fazer a dobradinha no GP da China, com Lewis Hamilton na primeira colocação e Nico Rosberg na segunda. O piloto inglês, que já tinha liderado os três treinos livres e obtido a pole position, completou o hat trick (barba, cabelo e bigode) ao ultrapassar a linha de chegada com 1h39m42s008 e ter marcado a volta mais rápida, na 31ª, com o tempo de 1m42s208.
Em 2016, com absoluta tranquilidade e uma expressiva e pouco usual vantagem de 37s776 segundos sobre o segundo colocado, Nico Rosberg, da Mercedes, foi o vencedor do Grande Prêmio da China, O piloto alemão completou a 3ª vitória consecutiva na atual temporada e a 6ª, contando-se as três últimas corridas do ano passado. Depois de um início preocupante, em que perdeu a liderança para Daniel Ricciardo, na largada, Rosberg retomou a ponta na 3ª volta e liderou até o final, cruzando a linha de chegada com o tempo de 1h38m53s891, à frente de Sebastian Vettel, da Ferrari, que chegou 37s776 depois.
Em 2017, com uma atuação perfeita, Lewis Hamilton venceu o Grande Prêmio da China de ponta a ponta, fez o hat trick (pole, vitória e volta mais rápida) e empatou com Sebastian Vettel na liderança do campeonato da Fórmula 1 de 2017. O piloto britânico, que tinha conquistado a pole position, com 1m31s678, superando recorde de Schumacher que já durava 13 anos, completou a corrida em 1h37m36s158 e fez a volta mais rápida em 1m35s378, na 44. Com o resultado, Hamilton totalizou 43 pontos, igualando-se a Sebastian Vettel, que chegou em segundo, a apenas 6s250, marcou 18 pontos e, com a vitória na prova anterior, na Austrália, atingiu a mesma contagem do adversário. Essa foi a 54ª vitoria do piloto da Mercedes e o 11º hat trick (barba, cabelo e bigode), que nesse quesito fica logo atrás de Schumacher, com 22, e ao lado de Jim Clark, também com 11. Max Verstappen, que saiu da 16ª posição, fez uma excelente corrida de recuperação e foi o 3º no pódio.

Uma volta com Kimi Raikkonen

“A volta começa na longa reta dos boxes, e podemos, ao longo de 600 metros, chegar 305 km/h, em 6ª marcha, ao passar sob o pavilhão principal.  Ao chegar à curva 1, baixamos para a 5ª marcha, a 234 km/h, para uma Força G de 3.4. Essa curva é muito longa, para a direita, seguida das 2  e 3, à esquerda. Nesta, uma curva muito apertada, nossas velocidades devem cair completamente a 170 km/h, e temos que ficar na segunda marcha.
Na saída da curva 3, temos de acelerar para passar pelas curvas 4 e 5 e chegamos a 291 km/h, em 6ª marcha, antes de frear forte para o grampo da curva 6, que contornamos em 2ª marcha, a 102 km/h. Saindo do grampo, há uma reta curta, que nos leva ao S longo e largo das curvas 7 e 8, a primeira à esquerda e a outra à direita. É uma chance para voltar a aumentar a velocidade e chegamos a 265km/h. Só baixamos ligeiramente para o ápice da 8.
 Nas curvas 9 e 10, em torno de 90º, voltamos à 2ª marcha e 137 km/h, antes de entrar na reta curta que leva à 11, curva estreita à esquerda. Podemos chegar a 284km/h na entrada, mas baixamos para 2ª marcha e 91 km/h para contornar a curva. Isto o coloca dentro de uma outra curva longa, igual ao complexo do fim da reta dos boxes. Esta curva de duplo vértice nos joga numa reta que corre paralela à em que estávamos agora mesmo. É a seção mais larga da pista e tão longa que podemos elevar nossa velocidade para 249km/h para ultrapassá-la e voltar à 5ª marcha ao sair na reta oposta.
Essa curva é particularmente importante para uma volta rápida, pois nos coloca na longa reta, que está a um quilômetro. Devemos garantir a velocidade máxima possível ao sair da curva, pois ao longo da reta oposta podemos chegar perto de  326km/h, em 6ª marcha.
Com uma freada forte no fim da reta, para entrada nas 14 e 15, duas curvas à direita, descemos para a segunda marcha e 88km/h. Depois de uma pequena reta, que leva a uma curva de 90º à esquerda, a 181km/h e em 3ª marcha, você volta à reta dos boxes”. (Tradução adaptada de texto do site F1complete.com)

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